Bio #049 - Marie Curie
Uma das mais brilhantes mulheres do século 20, duas vezes Prêmio Nobel, tornou-se uma das maiores cientistas da humanidade.
No laboratório - Pierre e Marie Curie (1904)
Maria Salomea Skłodowska - Marie Curie (1867-1934) nasceu na Varsóvia, Polônia, fez carreira na França, em Paris tornando-se uma cientista física e química, foi pioneira no estudo da radioatividade. Filha de um professor de física e matemática, desde cedo teve contato com a ciência, apesar das dificuldades impostas pelo domínio russo em seu país e pelas restrições que educação feminina sofria. Em 1891 mudou-se para Paris e continuou seus estudos na Universidade de Paris (Sorbonne). Foi lá que conheceu Pierre Curie (1859-1906), com quem se casou e iniciou uma parceria científica que marcaria a história da ciência.
Juntos, Marie e Pierre Curie investigaram os fenômenos da radioatividade, termo que Marie cunhou, e descobriram dois elementos químicos até então desconhecidos. Um deles, o polônio, foi nomeado em homenagem à Polônia. Identificou também o rádio. Em 1903, o casal, junto com Henri Becquerel (1852-1908), recebeu o Prêmio Nobel de Física pelas pesquisas sobre as radiações. Após a morte de Pierre em 1906, Marie Curie tornou-se a primeira mulher a lecionar na Sorbonne, assumindo a cadeira de Física Geral, e continuou suas pesquisas pioneiras.
Em 1911, Marie Curie recebeu seu segundo Prêmio Nobel, desta vez em Química, pela descoberta e isolamento do rádio e do polônio, tornando-se a primeira pessoa a ganhar dois Nobel em áreas científicas distintas. Durante a Primeira Guerra Mundial, ela aplicou seus conhecimentos para desenvolver unidades móveis de radiografia, as pequenas Curies (petit Curies), que ajudaram a salvar milhares de vidas nos hospitais de campanha.
É duro pensar que, depois de tantos séculos de desenvolvimento, a raça humana ainda não saiba resolver dificuldades de outra maneira que não pela violência.
Além de suas descobertas científicas, Marie fundou o Instituto Curie em Paris e sua contraparte em Varsóvia, centros dedicados à pesquisa e tratamento do câncer que permanecem até hoje como referências mundiais. Sua dedicação à ciência e à educação, mesmo enfrentando preconceitos de gênero e os riscos da radiação, consolidou seu legado como uma das maiores cientistas da história.
Marie Curie faleceu em 4 de julho de 1934, na França, vítima de anemia aplástica causada pela exposição prolongada à radiação. Seu trabalho revolucionou a física e a química, abriu caminho para a medicina nuclear e inspirou gerações de cientistas, especialmente mulheres, a seguir carreiras científicas.
Marie Curie lançou as bases da física nuclear moderna -
Seu trabalho permitiu a compreensão dos processos atômicos, fundamentais para o desenvolvimento da energia nuclear e das aplicações médicas da radiação.
Foi precursora do uso da radiação para tratar doenças (como o câncer) — fundou institutos de pesquisa e centros de tratamento (Instituto Curie).
Durante a Primeira Guerra Mundial, liderou a criação de ambulâncias radiológicas móveis, treinando enfermeiras e levando equipamentos a hospitais de campanha.
Seu legado inspirou o avanço da medicina nuclear, da energia atômica e da física de partículas. Teve enorme influencia nos debates éticos sobre o uso pacífico ou bélico da energia nuclear no século XX.
Conferência Solvay (1911), ao redor da mesa, Marie sentada, Henri Poincaré De pé: Rutherford, Einstein e Paul Langevin.
Legado -
Morreu em 1934 de anemia aplástica, causada pela exposição prolongada à radiação (na época, os perigos ainda eram desconhecidos). Uma curiosidade (com um lado trágico), os seus cadernos de anotações continuam radioativos até os dias de hoje. São mantidos em condições especiais.
Outro ponto de destaque, referindo-se à sua família, tem a ver com sua filha Irène Joliot-Curie (1897-1956), que também recebeu o Nobel de Química, perpetuando assim o legado científico da família.
Marie Curie representa um marco não só pela genialidade científica, mas por abrir caminhos para mulheres na ciência e estabelecer a ponte entre o mundo atômico invisível e as revoluções tecnológicas do século XX.
Excelente 👍 A espetacular Marie Curie fez mais pelas mulheres (pela Ciência nem se fala) do que um milhão de dilmas, gleisis, jojôs e zambellis. Conheço um caso de hemofilia causada pela exposição continuada do pai (do hemofílico) à radiação sem a devida proteção e cautela.
Volney, parabéns por nos trazer essa história sensacional! A foto de Marie no meio de tantos homens é incrível.